Tal como vocês, também houve uma altura em que eu não tinha ideia de qual era o meu verdadeiro propósito.
Tracei o meu caminho – secundário no ensino profissional em Animação Social e Técnico de desenvolvimento, faculdade na mesma área com especialização em Mediação intercultural para depois arranjar um emprego na área – e fui seguindo todos os passinhos para atingir aquilo que eu achava que era o meu objectivo. Entretanto, comecei a trabalhar “na minha área” e fui tendo experiências diversificadas dentro do ramo da educação e do desenvolvimento social, mas… faltava algo. Algo que eu não sabia o que era, algo que procurei em formações e viagens e aventuras profissionais, em apoio externo e testes vocacionais.
Pelo meio, tinha feito sempre que possível voluntariado e, por incrível que pareça, foi das minhas interacções durante o voluntariado nas áreas social e da educação que me vieram as primeiras ânsias de tentar arranjar uma forma de ajudar efectivamente as pessoas que se debatiam com estas mesmas questões: se fiz o caminho que planeei, porque é que sinto que falta algo?
E foi assim que encontrei e escolhi o Coaching vocacional como especialização.
Queria fazer parte da resposta às questões com que me fui deparando por parte de crianças e jovens que se sentiam em dificuldade:
- por terem que mudar de escola (porque havia uma mudança de casa ou os pais mudavam de emprego);
- por irem para um novo e desconhecido ciclo (quando no 9.º ano se lhes pede que escolham a área que querem seguir ou quando no 12.º têm que decidir o curso que irá iniciar a definição daquela que será a sua profissão e a sua carreira no futuro);
- por não saberem o que querem fazer a seguir (ensino profissional, universitário, ano de interrupção);
- em escolherem “o que querem ser quando forem grandes” (e o peso que tal decisão parece ter no resto das suas vidas); e
- em saberem para onde ir (e se de facto querem ir de todo ou se o estão a fazer por pressão social, dos pais, do que é expectável que façam da e na vida).
Além disso, eu sabia que não eram só os mais novos que sentiam dificuldades nestas situações, pois também eu as tinha sentido já adulta. Fui falando destas inquietudes com outras pessoas e apercebi-me que nos adultos as questões se prendiam mais com:
- continuar a fazer a mesma coisa a nível profissional ou mudar (e se quiser mudar, vou mudar para onde ou para o quê?), e como mudar;
- empreender e dar vida às suas ideias, sem saberem se conseguiriam viver com a incerteza do sucesso (e do salário certo ao fim do mês que permite pagar as contas), se seriam capazes de ultrapassar a síndrome do impostor e de lidar com o facto de “eu tenho X anos e ainda não tenho/fiz/sou…”.
Claro, todos queremos ser bem-sucedidos e ser-se dono do seu próprio negócio é ter alcançado algo, mas é um caminho que não se faz sem dúvidas, medos e hesitações.
Também os empresários e empreendedores se debatem com estas questões e sentimentos de insegurança, dúvida e receio.
Também a estes vi sofrer quando o negócio não tem os resultados esperados na altura esperada e ainda assim parecer ser demasiado trabalho para uma só pessoa ou pequena equipa, quando é preciso que repensem o “seu bebé” para o fazer estabilizar e crescer ou quando têm de mudar coisas no seu sonho para se conseguirem manter ou evoluir.
Ao ver tudo isto, percebi que todos tinham em comum a luta interior contra o medo da mudança e o medo de terem de sair da sua zona de conforto – aquele sítio em que nos sentimos bem, confortáveis, em que já conhecemos tudo e todos e as coisas parecem fluir sem grandes tribulações. E ter estes medos é perfeitamente normal, todos nós já passámos por isso e continuaremos a passar.
Além disso, já todos ouvimos certamente que o ser humano é avesso à mudança e que é um animal de hábitos. E tudo isso é verdade. É difícil mudar.
No entanto, para podermos fazer as coisas que realmente queremos, por vezes temos de dar o tal passo em frente, seja porque a sociedade já decidiu que temos que escolher e avançar (como acontece com o ensino e os percursos escolares estabelecidos pelo Ministério da Educação e do Ensino Superior), seja porque temos a necessidade de mudar, de crescer, de fazer as coisas de outra forma.
E foi para verdadeiramente ajudar nesta transição que quis enveredar por este ramo do Coaching de carreira.
Porque com o Coaching vocacional podemos sair da nossa zona de conforto com garantias de que estamos a ir para onde queremos – e é só isso que posso garantir, que és tu quem faz o caminho, o teu caminho, o caminho que te enche de energia e motivação para embarcares nessa nova etapa e na etapa a seguir e na outra que se avizinha.
O Coaching vocacional não irá eliminar os aspectos menos positivos do caminho, mas irá ajudar-te a trilhar o caminho com o foco nos objectivos e nas metas que te levarão a alcançar o teu propósito.
É um caminho que dá trabalho e que é teu – caberá a mim dar-te as ferramentas e ensinar-te a usá-las –, mas terás de ser tu a lutar contra as tuas próprias resistências e (pré-)conceitos sobre ti mesmo e sobre o mundo que te rodeia, rompendo aquelas que achas que são as tuas limitações e potenciando todas as tuas competências e capacidades (por vezes há muito em hibernação devido a obstáculos reais ou a crenças limitadoras).
Neste caminho, na qualidade de tua Coach tenho de te ajudar não te dando o peixe, mas ensinando-te a pescar.
O objectivo é que as nossas conversas (pesquisas internas em busca do teu propósito) e as ferramentas (exercícios, tarefas, métodos) que te possa dar te sirvam não só para o aqui e o agora, para a tua questão actual, mas para poderes recorrer a elas sempre que precisares, sempre que te surgirem novas dúvidas, novos trilhos (e encruzilhadas) ou pensares que tens que redescobrir o teu caminho ou que precisas de te relembrar para onde vais.
Tu, na tua qualidade de Coachee, terás que te empenhar em procurar os comos, os porquês e os para quês e em fazer-te ao caminho, porque só de ti depende o teu próprio resultado.
E claro, estarei aqui para te ajudar sempre que for preciso.
(este artigo foi escrito ao abrigo do antigo acordo ortográfico)